terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Meu Ennis del Mar


Meu Caçador é um pouco Ennis del Mar. O mesmo jeito calado, o mesmo sorriso tímido, o mesmo ar contemplativo, o mesmo temperamento um pouco rude. Assim como Ennis, meu Caçador gosta de coisas do campo, é um cara simples, prestativo e leal.

Minha turma era grande, muito grande. Eu sempre agreguei as pessoas à minha volta, para sairmos todos juntos, garantindo o divertimento. Ele começou a sair conosco, mesmo no começo eu tendo percebido que seu irmão não havia gostado. Ele havia terminado o namoro com uma menina há pouco tempo e foi em nós, mais precisamente em mim, que ele viu a chance de voltar a ter uma vida social pós-casal.

Infelizmente, meu Caçador é um cara de relacionamentos. Em pouco tempo estava namorando com uma amiga minha, mas em compensação passou a frequentar bem mais minha casa. Antes frequentava como os outros, dormindo de vez em quando nas pós-saídas ou nas tardes de estudo (embora não estudasse comigo) regadas a uma cervejinha na beira-mar contemplando o pôr-do-sol no fim da tarde. Passou a dormir mais na minha casa, conversar mais comigo, me confidenciar segredos de uma forma toda especial: ele sempre falava as coisas, não em código, mas de uma forma que eu entendesse mas que não precisasse dizer abertamente. Dessa forma eu sempre sabia quando ele estava triste, preocupado, chateado e até mesmo feliz.

Seu irmão passou a ter ciúmes de nossa proximidade. Eles viviam se estranhando por motivos deles mesmos e sempre buscavam abrigo lá em casa. Meu Caçador chegou lá em casa várias vezes sem me comentar nada, e eu só notava quando seu irmão chegava. Eu buscava não tomar partido, pois seu irmão, naquela época, era meu melhor amigo. Eles acabavam se resolvendo, ou faziam as pazes, ou meu Caçador - sempre ele - ia embora.

Até que um dia seu irmão perguntou para mim quem eu queria que ficasse. Por mais que eu dissesse que a briga era entre os dois e que os dois podiam dormir lá em casa, ele insistiu. Foi então que eu disse que meu Caçador tinha chegado primeiro. Meu amigo foi embora e passou um dois dias me evitando. Assim que seu irmão saiu, meu Caçador disse obrigado e apertou de leve meu ombro. "Que é isso cara, só tentei ser imparcial". Naquele dia as coisas mudaram um pouco pra mim, eu percebi o tamanho do bem que havia feito para ele.

Naquele dia eu não consegui dormir direito à noite e olhava pro meu Caçador dormindo. Eu tenho um fraco, confesso, sempre que tem um homem bonito/gostoso dormindo perto de mim eu dou um jeito de alisá-lo. Eu deixo cair a mão sobre seu peito, barriga e, se ele não acordar, sobre o pau. Meu amigo, irmão do Caçador, demorava para perceber minha mão nele, mas acordava e sempre jogava minha mão para o lado. J-O-G-A-V-A. Não falava nada no outro dia, mas era brusco em retirá-la.

Mas meu Caçador era diferente, ele era gentil. As visitas dormiam em um colchão ao lado da minha cama e ele gosta de dormir de peito pra cima. Era fácil eu jogar a mão como quem não quer nada. Meu Caçador nunca tirou minha mão de seu corpo, mas confesso que nunca coloquei em cima de seu pau. Eu também não aguentava muito tmepo, pois meu braço ficava dormente.

Nesse dia eu adormeci de verdade com a mão pesando em seu peito. Pela manhã ele me disse que quando acordou viu minha mão em cima dele. Eu não sei que cara fiz, mas falei um "jura?? Eu me mexo demais dormindo". E ele apenas confirmou que sim, deve ter retirado minha mão delicadamente, ou deixado lá, não sei.

Dormimos várias vezes juntos, muitas na mesma cama até, e ele nunca tirou minha mão de jeito brusco. Eu gosto da sensação de dormir pegando naquele peito quente e queria muito dormir mais juntinho, sentir seu abraço apertado.

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