quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O distanciamento e a reaproximação


Depois do dia da massagem meu Caçador passou a me evitar. Eu não sei se propositalmente, mas raras foram as vezes em que o vi. Sei que as minhas sms devam tê-lo assustado/irritado um pouco, pois não respondeu nenhuma, mas me atendia quando eu ligava.
Acho que ficamos um pouco mais de um ano sem se ver direito. Nos falávamos de vez em quando, mas nos víamos muito raramente. Eu, claro, sempre que ia até ele. Até hoje ele não conhece minha casa nova e já me mudei faz um ano e meio.
Final de 2007 fui padrinho de um casamento no dia do aniversário dele. O casamento foi de manhã e eu me embreaguei "de cum força". Perto da hora de eu ir ele me telefonou e eu disse "Que aniversariante fuleragem! Eu que tenho que lhe ligar para dar os parabéns". Ele riu e pediu para eu passar na casa de um amigo nosso (que depois prometo fazer um parágrafo dele), de lá me apresentou sua "namoradinha".
A nova namoradinha tinha o mesmo estilo da anterior: bonitinha e sem sal. Se bem que a outra tava mais pra gostosinha do que bonitinha, mas o perfil era o mesmo. Meninas boas, consideradas casadoiras, novinhas (na faixa dos 19 aos 23), sem profissão defenida e que louvam ao Senhor.
Poisé, meu Caçador estava compeltamente imerso na igreja. Não que eu seja contra, mas também nem tanto a favor. Me incomoda qualquer fanatismo ao extremo e olha que sou devoto de Nossa Senhora e com ela me agarro para agradecer e solucionar meus problemas. Meu Caçador também não é fanático, mas eu tive a sensação de que ele se voltou mais (ele já era de ir a igreja e grupos de oração) depois do dia da massagem. Ele estava em um grupo novo, com pessoas mais velhas, em sua maioria casais, e do antigo grupo dele os únicos que estavam eram seus irmãos.
A minha sensação de que ele se voltou mais para a religião depois da massagem é porque ele quis me levar lá. Passei o aniversário dele sentado com um monte de desconhecidos com cruzes de madeira no pescoço que o tempo todo perguntavam se eu estava gostando. Era a confraternização de Natal deles e eu rezava que não tivesse nenhuma dinâmica natalina para eu ter que subir no palco. Acho que meu Caçador notou que eu era um peixe fora d'água e me chamou para ir embora e eu, claro, concordei. Foi então que sua namoradinha me pediu (logo pra mim) segurá-lo mais um pouco pois ela ia buscar um bolo para cantar os parabéns dele. Eu ainda questionei que não sabia se eu conseguiria, afinal, qual seria meu argumento para prendê-lo em um local que não era o meu ambiente? Foi aí que ela disse que se eu não conseguisse, ninguém conseguiria.
Eu consegui e ele nem desconfiou de nada. Fiquei pensando nas palavras dela e me questionei da forma que ele falava de mim para as pessoas. Será que eu realmente teria tanto poder assim sobre ele?
Depois fomos a casa dele, fiquei lá um pedaço e depois fui para casa. Ele me deu aquele abraço gostoso e perguntou se eu não queria ir no outro dia para a casa do nosso amigo em comum, o músico. Eu, sutilmente, inventei um compromisso. Queria ficar com ele, e não com eles.
Eu fico meio cabreiro com essa amizade deles. O cara é gente boa, daqueles que são tão gente boa, mas tão gente boa que a gente não consegue ter raiva. Mas o que fico cabreiro é porque meu Caçador vive socado na casa dele e antes ele vivia socado na minha. É ciúme, eu sei. Ainda mais porque o músico é bi e todo mundo na cidade sabe. Um outro amigo nosso, o dentista, inclusive me cofidenciou que ele é muito promíscuo... mas fofocas a parte, eu queria somente ter meu Caçador comigo mais tempo para, enfim, saber qual é a dele.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A chance que desperdicei


Vocês já sabem de tudo que me atrai no meu Caçador, mas eu nunca me atrevi a nada. Era meu amigo, heterossexual, o maior "pegador" de menininhas. Tem um gênio difícil, se irrita com facilidade, tendências a ser violento, mas a única pessoa que o conseguia trazer à razão, era eu.

Inúmeras vezes o presenciei tendo rompantes de raiva e me colocava entre ele e a outra pessoa (algumas vezes namoradas, irmãos e até mesmo a mãe). O confrontava mesmo, e embora eu soubesse que ele tivesse vontade de me matar por aquilo, me dava as costas e saia. Eu ia atrás, claro, e conversando ele se acalmava, vinha dormir em minha casa e as coisas pra ele melhoravam.

Passei noites o vendo dormir, a respiração dele. Inventava que me mexia muito a noite e minha mão sempre caia "providencialmente" sobre seu tórax. As vezes ele tirava delicadamente, as vezes deixava. Não sei se ele acordava ou era gesto instintivo. Dormimos na mesma cama várias vezes. Ele trocava de roupa na minha frente e conversava muito comigo. Dizia que conseguia se sentir em paz na minha casa, onde sempre foi seu refúgio.

Quantas vezes me masturbei pensando nele chegando com seu chapéu de vaqueiro, calça apertada e me currando na parede? Quantas vezes quis chupá-lo em segredo ao ver aquela bunda perfeita imaginando minhas mãos apalpando-as?

Tivemos uma briga séria uma vez, passamos quase quatro anos sem dirigir a palavra um ao outro. Então, em um breve encontro de embreaguez ele me pediu perdão, se ajoelhou aos meus pés, chorou feito criança e me beijava ternamente no rosto na frente de todos. Voltamos a ser amigos. Com esse retorno a amizade voltou tudo aquilo em que eu tinha passado anos sem ter: problemas. Toda a carga emocional que o acompanhava, retornou. Ele sempre ligava pedindo para vir dormir em minha casa. Ele chegava, tirava a camisa, colocava um short e se deitava na minha cama assistindo TV.

Um dia se queixou de dor nas costas, eu sentei na cama e pedi para olhar, dava pra ver um nódulo. Ele reclamou que foi no treino de Muai Thay havia uns três dias. Fui ao banheiro, peguei um hidratante e o mandei deitar de bruços. Massageei suas costas com afinco, sem tirar nenhuma casquinha, interessado em desfazer aquele nódulo, até que ele suspirou perguntando aonde eu tinha aprendido a fazer massagem. "Tenho amigos fisioterapeutas", respondi.

O nódulo já tinha se desmanchado quase por completo quando ele disse "que a idiota da Fulana (a namorada da época dele) não sabia fazer massagem", comecei a massagear todas as costas para ele "relaxar". Massageei braços, costas, cintura e ele as vezes soltava um "tá massa". Eu estava excitadíssimo, desejava tirar aquele short e chupar todo o seu cacete. Foi quando o mandei virar de frente e passei a massagear seu tórax. Fazia movimentos firmes, ele ficava me olhando e comecei a ficar todo errado e parei.

Eu não podia continuar.

Acho que no meu íntimo eu queria que ele tomasse a iniciativa.

Ele não tomou.

Bati uma punheta rápida no banheiro e voltei pro quarto. Ele continuava deitado, elogiou minha massagem e foi dormir. Minha neurose ficou tão grande que eu passei a mandar mensagens pro celular dele perguntando quando aparecia, se precisava de alguma massagem. Ele sumiu por um tempo. Depois apareceu mas eu não tinha coragem de oferecer massagem nenhuma, nem ele reclamou de nenhuma dor no corpo. Passado algum tempo ele teve que trabalhar no interior, sempre quando vem à cidade me da uma ligada, conversamos um pouco, nos vemos pouco. Eu acho que ele no fundo quer, mas o pensamento machista de nossa cidade e família/amigos/criação dele o impede de tomar a iniciativa. Mas talvez eu ache isso porque o quero.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O Gaydar


Feliz o gay que tenha um Gaydar aguçado. O meu, infelizmente, é uma porcaria. Se funcionasse eu não viveria em dúvida com meu Caçador e nem com o loirinho advogado.

Alguém me ajuda?

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Queer as a Folk


Eu sempre tive uma visão errônea do mundo Gay. Aliás, uma visão que acho que todo mundo tem. Existe promiscuidade, futilidade e um sem fim de elementos prejorativos que também existem no mundo hétero, só que de forma velada. 
Mas essa é a idéia que nos passam, que a gente acredite que o mundo gay é ruim e que o bom é ser hétero. Os dois são ruins, os dois você tem que matar um leão por dia para conseguir sobreviver. Nos dois mundos, você tem que fazer valer a pena. 
O que me empata, tanto nos dois mundos, é a visão romântica que tenho da paixão, do amor e dos relacionamentos. Sim, eu sou um cara que foi criado , e acredita, no "felizes para sempre". 
Recentemente um dos meus melhores amigos se assumiu gay e eu fiquei em choque. Por favor, não fiquem revoltados comigo. É porque eu não imaginava, apesar de ter tido uma atração por ele quando eu o conheci, de que ele seria gay. O que me chocou foi que o namorado dela era uma bicha louca. Não tô querendo dizer que ele é afeminado (apesar de ser), ams que ele é uma pessoa dada a escândalos, sem postura. eu simplesmente não conseguia imaginar como meu amigo, um cara tão bacana, conseguia se relacionar com alguém desse nível. é por pessoas desse tipo que os gays são discriminados, nós temos centenas de outros exemplos decentes, mas a mídia gosta de enfocar o baixo nível. 
O que me fez aceitar mais o mundo gay foi o seriado Queer as a Folk. Eu fiquei apaixonado por ele em todos os aspectos. As cenas quentes, a pureza de caráter do protagonsita, a fidelidade aos temas abordados e a demonstração de que o amor gay não é sujo. Eu queria ser o Michael. Todos os personagens são densos, bem construídos e, de certa forma, esperançosos. Todos acreditam no amor, ou passam a acreditar no decorrer da série. 
Queer as a Folk me deu a esperança de ter um relacionamento saudável. Mais que esperança, me deu a vontade de ter um relacionamento saudável. É impossível não pensar em meu Caçador ao assistir a série. 
Vale muito a pena. Assistam.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Meu Ennis del Mar


Meu Caçador é um pouco Ennis del Mar. O mesmo jeito calado, o mesmo sorriso tímido, o mesmo ar contemplativo, o mesmo temperamento um pouco rude. Assim como Ennis, meu Caçador gosta de coisas do campo, é um cara simples, prestativo e leal.

Minha turma era grande, muito grande. Eu sempre agreguei as pessoas à minha volta, para sairmos todos juntos, garantindo o divertimento. Ele começou a sair conosco, mesmo no começo eu tendo percebido que seu irmão não havia gostado. Ele havia terminado o namoro com uma menina há pouco tempo e foi em nós, mais precisamente em mim, que ele viu a chance de voltar a ter uma vida social pós-casal.

Infelizmente, meu Caçador é um cara de relacionamentos. Em pouco tempo estava namorando com uma amiga minha, mas em compensação passou a frequentar bem mais minha casa. Antes frequentava como os outros, dormindo de vez em quando nas pós-saídas ou nas tardes de estudo (embora não estudasse comigo) regadas a uma cervejinha na beira-mar contemplando o pôr-do-sol no fim da tarde. Passou a dormir mais na minha casa, conversar mais comigo, me confidenciar segredos de uma forma toda especial: ele sempre falava as coisas, não em código, mas de uma forma que eu entendesse mas que não precisasse dizer abertamente. Dessa forma eu sempre sabia quando ele estava triste, preocupado, chateado e até mesmo feliz.

Seu irmão passou a ter ciúmes de nossa proximidade. Eles viviam se estranhando por motivos deles mesmos e sempre buscavam abrigo lá em casa. Meu Caçador chegou lá em casa várias vezes sem me comentar nada, e eu só notava quando seu irmão chegava. Eu buscava não tomar partido, pois seu irmão, naquela época, era meu melhor amigo. Eles acabavam se resolvendo, ou faziam as pazes, ou meu Caçador - sempre ele - ia embora.

Até que um dia seu irmão perguntou para mim quem eu queria que ficasse. Por mais que eu dissesse que a briga era entre os dois e que os dois podiam dormir lá em casa, ele insistiu. Foi então que eu disse que meu Caçador tinha chegado primeiro. Meu amigo foi embora e passou um dois dias me evitando. Assim que seu irmão saiu, meu Caçador disse obrigado e apertou de leve meu ombro. "Que é isso cara, só tentei ser imparcial". Naquele dia as coisas mudaram um pouco pra mim, eu percebi o tamanho do bem que havia feito para ele.

Naquele dia eu não consegui dormir direito à noite e olhava pro meu Caçador dormindo. Eu tenho um fraco, confesso, sempre que tem um homem bonito/gostoso dormindo perto de mim eu dou um jeito de alisá-lo. Eu deixo cair a mão sobre seu peito, barriga e, se ele não acordar, sobre o pau. Meu amigo, irmão do Caçador, demorava para perceber minha mão nele, mas acordava e sempre jogava minha mão para o lado. J-O-G-A-V-A. Não falava nada no outro dia, mas era brusco em retirá-la.

Mas meu Caçador era diferente, ele era gentil. As visitas dormiam em um colchão ao lado da minha cama e ele gosta de dormir de peito pra cima. Era fácil eu jogar a mão como quem não quer nada. Meu Caçador nunca tirou minha mão de seu corpo, mas confesso que nunca coloquei em cima de seu pau. Eu também não aguentava muito tmepo, pois meu braço ficava dormente.

Nesse dia eu adormeci de verdade com a mão pesando em seu peito. Pela manhã ele me disse que quando acordou viu minha mão em cima dele. Eu não sei que cara fiz, mas falei um "jura?? Eu me mexo demais dormindo". E ele apenas confirmou que sim, deve ter retirado minha mão delicadamente, ou deixado lá, não sei.

Dormimos várias vezes juntos, muitas na mesma cama até, e ele nunca tirou minha mão de jeito brusco. Eu gosto da sensação de dormir pegando naquele peito quente e queria muito dormir mais juntinho, sentir seu abraço apertado.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O homem por trás das linhas


Acho que antes de contar qualquer história, tenho que falar um pouco sobre mim. Sou um cara sonhador, daqueles que acha que todo mundo nasceu predestinado a ser feliz. Aquela velha história das metades da laranja, alma gêmea e príncipe encantado.

Desde que me entendo por gente eu gosto de meninos e meninas. Aos 7 anos dei um beijo na boca do meu primo de 10 anos só porque o achava bonito. Aos 11 eu comecei com a brincadeira de pegar na bunda de outros meninos e adorava quando eles "retribuíam". Mas não gostava quando eles retribuíam só pegando, eu gostava quando eles me seguravam forte e esfregavam seu pau na minha bunda.

Eu também gostava de um certo tipo de garotos, os bonitos, com cara de safados e viris. Com isso eu conheci Guto. Aliás eu o conheço desde pequeno, sempre fomos vizinhos, ele quatro anos mais velho do que eu. Era aquele cara que todo mundo tinha medo, que era alto, forte (meio burro) e quando se irritava queria bater nos outros. Então um dia peguei na bunda dele e quando vi que ele havia ficado com raiva mandei "descontar" em mim. Ele não quis, fez que ia me bater e eu me apavorei. Foi quando me mandou pegar no seu membro. Um grande, grosso e cheiroso membro.

Dias depois a galera toda brincando de esconde-esconde na quadra, o Guto foi se esconder no mesmo lugar que eu e começou a pegar na minha bunda. Eu deixei, gostava daquilo. Ele mandou irmos para as escadas e me ensinou a punhetá-lo, já que eu nunca tinha feito isso na vida. Eu adorava ouvir os gemidos dele e me espantei quanto o pau dele gozou. Quando perguntei "o que era isso" ele me punhetou de volta. Foi a sensação mais maravilhosa da minha vida, a primeira punheta.

Como o Guto era mais velho a coisa esquentava mais. Nós ficávamos sozinhos em sua casa e ele ficava pelado em cima de mim, me ensinou a fazer um boquete e tentou me penetrar por diversas vezes, mas eu sempre me queixava de dor e ele parava. Passamos um ano, mais ou menos, com isso até que nos mudamos e pedemos o contato.

Passei um bom tempo da minha vida sem ficar com um cara, só com meninas. Me acabava na punheta pensando neles, em ser pego com força, possuído. Sempre caras viris em meus sonhos, raras vezes "homenageava" meus colegas.

Quando comecei a dirigir passei a cantar caras na rua e na Internet. Saí algumas vezes com alguns mas só ficava no oral. Eu me realizo no oral, me incomoda o cara demorar para gozar ou não curtir um boquete.

Quando eu tinha 21 anos conheci um carinha na Internet que me apreceu confiável e deixei que ele me penetrasse, foi bom e ruim. Ele era educado, atencisoso e bonito, mas viajou para o exterior e nunca mais o vi. Depois passei anos atrás de outro carinha, que tinha um tesão louco em mim, sempre quando eu tava na secura e mesmo sem gostar de ser passivo eu me submetia para poder estar com um cara.

Recentemente namorei um carinha. Bontinho, educado, atencioso, gostosinho... mas eu não consegui engatar a relação. Faltava o "tchan", sabe? Mas mesmo assim ainda o procuro nos momentos de carência...
E sempre, sempre, penso no meu Caçador...

Então, em poucas linhas pude descrever como foi minha vida, como é minha vida sexual e o que curto. Acho que fica mais fácil assim eu poder contar a história que interessa, o motivo desse blog existir: Meu Caçador e eu.

Quando eu o conheci...



A primeira vez que eu o vi não fitei o olhar por muito tempo. Eu acabara de entrar em seu quarto e a minha esquerda estavam as portas do guardaroupas arrancadas e quebradas. Ele estava sentado em uma poltrona, com um ar um pouco soturno, assistindo televisão. Quando seu irmão nos apresentou ele levantou-se e abriu um largo sorriso. Sincero, eu diria. Era um sorriso bonito. Não combinava com aquele ambiente e muito menos com o ar soturno que aparentava. Eu tinha 16 anos e ele 18.

Apertei sua mão firmemente, como sempre faço ao conhecer alguém, e fui almoçar com seu irmão. Acabávamos de chegar da aula da manhã e tínhamos pouco mais de uma hora para almoçar e retornar ao colégio. Ele ficou nos rondando, acompanhando a conversa, calado, sem fazer comentários e se limitando a sorrir quando falávamos algo engraçado.

Eu o veria dias depois, em frente ao colégio quando foi buscar seu irmão, e perguntei porque não havia saído com a gente na quinta-feira. Minha turma começava a sair nas quintas-feira, dormíamos pouco, íamos pra aula sexta, estudávamos de tarde, saíamos de novo e dormíamos o sábado de manhã, já que durante a tarde tínhamos prova.

"Ele não me chama" - respondeu em um tom baixo, audível somente para mim naquela roda de amigos. - "Acho que ele tem ciúme de vocês". Nós ficamos nos olhando por um momento em silêncio, ele virou os olhos para baixo. Eu dei o meu famoso sorriso de "que está tudo bem, eu resolvo isso" e disse no mesmo tom baixo: "Pode deixar que eu mesmo ligo para você." Ele abriu um largo sorriso.

É incrivel como me lembro desse dia, mesmo tendo sido há 15 anos. Era uma tarde de sábado de abril e seu irmão e eu acabávamos de sair da prova. Ele estava com uma calça jeans lavada e camisa branca. Eu me lembro bem, pois me chamou a atenção o aspecto surrado da blusa em um cara tão bonito.

Embora ele fosse um cara alto e forte eu senti em mim o enorme desejo de cuidar dele e queria que ele cuidasse de mim.