terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A chance que desperdicei


Vocês já sabem de tudo que me atrai no meu Caçador, mas eu nunca me atrevi a nada. Era meu amigo, heterossexual, o maior "pegador" de menininhas. Tem um gênio difícil, se irrita com facilidade, tendências a ser violento, mas a única pessoa que o conseguia trazer à razão, era eu.

Inúmeras vezes o presenciei tendo rompantes de raiva e me colocava entre ele e a outra pessoa (algumas vezes namoradas, irmãos e até mesmo a mãe). O confrontava mesmo, e embora eu soubesse que ele tivesse vontade de me matar por aquilo, me dava as costas e saia. Eu ia atrás, claro, e conversando ele se acalmava, vinha dormir em minha casa e as coisas pra ele melhoravam.

Passei noites o vendo dormir, a respiração dele. Inventava que me mexia muito a noite e minha mão sempre caia "providencialmente" sobre seu tórax. As vezes ele tirava delicadamente, as vezes deixava. Não sei se ele acordava ou era gesto instintivo. Dormimos na mesma cama várias vezes. Ele trocava de roupa na minha frente e conversava muito comigo. Dizia que conseguia se sentir em paz na minha casa, onde sempre foi seu refúgio.

Quantas vezes me masturbei pensando nele chegando com seu chapéu de vaqueiro, calça apertada e me currando na parede? Quantas vezes quis chupá-lo em segredo ao ver aquela bunda perfeita imaginando minhas mãos apalpando-as?

Tivemos uma briga séria uma vez, passamos quase quatro anos sem dirigir a palavra um ao outro. Então, em um breve encontro de embreaguez ele me pediu perdão, se ajoelhou aos meus pés, chorou feito criança e me beijava ternamente no rosto na frente de todos. Voltamos a ser amigos. Com esse retorno a amizade voltou tudo aquilo em que eu tinha passado anos sem ter: problemas. Toda a carga emocional que o acompanhava, retornou. Ele sempre ligava pedindo para vir dormir em minha casa. Ele chegava, tirava a camisa, colocava um short e se deitava na minha cama assistindo TV.

Um dia se queixou de dor nas costas, eu sentei na cama e pedi para olhar, dava pra ver um nódulo. Ele reclamou que foi no treino de Muai Thay havia uns três dias. Fui ao banheiro, peguei um hidratante e o mandei deitar de bruços. Massageei suas costas com afinco, sem tirar nenhuma casquinha, interessado em desfazer aquele nódulo, até que ele suspirou perguntando aonde eu tinha aprendido a fazer massagem. "Tenho amigos fisioterapeutas", respondi.

O nódulo já tinha se desmanchado quase por completo quando ele disse "que a idiota da Fulana (a namorada da época dele) não sabia fazer massagem", comecei a massagear todas as costas para ele "relaxar". Massageei braços, costas, cintura e ele as vezes soltava um "tá massa". Eu estava excitadíssimo, desejava tirar aquele short e chupar todo o seu cacete. Foi quando o mandei virar de frente e passei a massagear seu tórax. Fazia movimentos firmes, ele ficava me olhando e comecei a ficar todo errado e parei.

Eu não podia continuar.

Acho que no meu íntimo eu queria que ele tomasse a iniciativa.

Ele não tomou.

Bati uma punheta rápida no banheiro e voltei pro quarto. Ele continuava deitado, elogiou minha massagem e foi dormir. Minha neurose ficou tão grande que eu passei a mandar mensagens pro celular dele perguntando quando aparecia, se precisava de alguma massagem. Ele sumiu por um tempo. Depois apareceu mas eu não tinha coragem de oferecer massagem nenhuma, nem ele reclamou de nenhuma dor no corpo. Passado algum tempo ele teve que trabalhar no interior, sempre quando vem à cidade me da uma ligada, conversamos um pouco, nos vemos pouco. Eu acho que ele no fundo quer, mas o pensamento machista de nossa cidade e família/amigos/criação dele o impede de tomar a iniciativa. Mas talvez eu ache isso porque o quero.

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